quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Depoimento do Marcelo Wagner sobre o I PEC

Pedi para o Marcelo Wagner, que hoje está morando em Paris, escrever sobre o Primeiro POA EM COPO. O Wagner foi um que abraçou a idéia desde o começo, ajudando muito na organização dos outros anos, por isto, achei apropriado colocar aqui a impressão dele.

" Bom, tudo começou com uma conversa de bar na época da faculdade no ano 2000. O bar do Antônio, no campus central da UFRGS, foi o berço da tropicalização deste ritual europeu.  Já grandes apreciadores de chopp na época, lamentamos a ausência de uma linha de metro dentro de Porto Alegre que garantisse o deslocamento seguro do grupo de aventureiros. Mas como se trata de diversão, a criatividade não tardou a se manifestar: "vamos alugar uma van!" disse o Roberto Alff. E ainda brincamos, "imaginem daqui a dez anos, estaremos casados, barrigudos e provavelmente com filhos e continuaremos a imortalizar este evento, até que ele se torne um fenômeno pitoresco da cidade de Porto Alegre". E olhem que nem tínhamos começado a beber ainda...

Escolhemos então os bares participantes. Este foi um assunto de muita discussão. A lista final foi : Timbucas, Barco do Gasômetro, Gambrino´s, Bar do Beto, Bar do Joao, Bar y Bar, Kripton, Tropical, Lourival , Água Doce Cachaçaria, Caverna  Ratão, Líder, Lilliput, Pub Olaria, Republica e a festa de encerramento no Bar Opinião.

O tema escolhido para a primeira edição foi "Poa em Copo I, Busca do Ébrio". Desde então, o “Ébrio” se tornou o mascote invisível do PEC, pois para vê-lo você não pode estar sóbrio.

Marcamos uma data: 16h do dia 7 de outubro de 2000, um local: Praça ao lado do shopping Praia de belas. E nos lançamos nesta empreitada. Se o apoio à idéia foi instantâneo, a participação na hora H foi bem mais tímida.
Apesar de ser uma agradável tarde de sol primaveril, a via sacra começou com atraso. No total éramos apenas sete participantes. O próprio Pedro Gastal, que estava com o pé engessado, participou com sua muleta e vestindo uma inesquecível camisa florida. A van era uma Kombi que servia de transporte escolar durante a semana. O motorista, muito impressionado com aquilo tudo, ficou sem entender o que estávamos fazendo. Na chegada em cada bar, as reações eram variadas. Muitos proprietários de bares gostaram da iniciativa e passaram a apoiar o evento. Outros sequer deram descontos e reclamavam que fazíamos muita bagunça. Estes foram eliminados das edições seguintes.

Da minha parte, tendo participado de pub crows em Roma, Paris, Berlin e Praga, sem titubear penso que o PEC é o melhor, pois nenhum outro oferece já incluso no preço alimentação, transporte, camiseta temática, bebida nos 10 bares e entrada em uma casa de espetáculos. Sem falar no clima de amizade e descontração sempre presente. Enquanto a maioria dos pub crawls selecionam os bares que oferecem menor preço e melhor comissão para os organizadores, o PEC seleciona exclusivamente bares pelo seu nível de excelência em serviço, ambiente e tradição.

Desde então muitos paises quiseram imitar o POA em COPO. O da Austrália por exemplo entrou no livro dos Records em 2009 com um pub crawl que contou com 4.718 participantes. Tudo isso pra beber Foster? Quando desperdício...   (http://en.wikipedia.org/wiki/Pub_crawl )


A verdade é que onze anos depois o ritual do POA em Copo continua vivo. Hoje pode-se encontrar os certificados de participação em diversos bares da capital gaúcha. Ainda não é um evento pitoresco da cidade, mas já conta com vários participantes casados, barrigudos e pais de família. Quem sabe um dia ele entrará no guia da Secretaria de Turismo? Quem (sobre)viver verá...


Marcelo Wagner"

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